segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tá Vendo Aquela Lua

Te filmando, eu tava quieto no meu canto:
Cabelo bem cortado, perfume exalando
Daquele jeito que eu sei que você gosta,
Mas eu te dei um papo e você nem deu resposta.

Tudo bem! Um dia vai o outro vem!...
Você deve estar pensando em outro alguém,
Mas se ele te merecesse não estaria aqui.
Não!... Não!... Não!...

Ou talvez você não queira se envolver.
Magoada, tá com medo de sofrer.
Se me der uma chance não vai se arrepender.
Não! Não! Não! Não! Não!

Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu?
Se você me pedir, eu vou buscar só pra te dar.
Se bem que o brilho dela nem se compara ao seu.
Deixa eu te dar um beijo! Vou mostrar o tempo que perdeu.

Que coisa louca, eu já sabia!
Enquanto eu me arrumava algo me dizia:
"Você vai encontrar alguém que vai mudar
A sua vida inteira da noite pro dia!"

Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu?
Se você me pedir, eu vou buscar só pra te dar.
Se bem que o brilho dela nem se compara ao seu.
Deixa eu te dar um beijo! Vou mostrar o tempo que perdeu.

Que coisa louca, eu já sabia!
Enquanto eu me arrumava algo me dizia:
"Você vai encontrar alguém que vai mudar
A sua vida inteira da noite pro dia!"

Eduardo E Mônica

Quem um dia irá dizer
Que não existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram...

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer...
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não 'to' legal, não agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar..."

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete,
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camêlo
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica era nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema "escola, cinema
clube, televisão".

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser...

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar...

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
Ah! Ahan!

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão!